Instinto de Prevenção

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Pode ser um acumulado de fatores que vêm acontecendo no longo da última década, pode ter relação direta com uma visão de mundo e aquilo que temos dado atenção entre as inúmeras notícias e histórias que temos ao nosso dispor, mas alguma coisa me diz que devemos pensar seriamente em nossos próximos passos enquanto humanidade. Não sei se é uma encruzilhada da minha vida, em decorrência da minha idade e de algumas experiências que venho colhendo, ou se é, realmente, uma situação latente que, por dizer respeito à coletividade, também me afeta.

Alguma coisa, que não sei se é minha mente ou meu coração, está me dizendo, repetidamente, que devemos encontrar meios, urgentes, de união e convergência, que devemos voltar a pensar como prioridade absoluta em nossa vida enquanto comunidades e pessoas que possuem inter-relações e conexões das mais variadas.

Me parece que estamos entrando em um novo e perigoso ciclo da história da humanidade, um momento de nova catarse, de novos desafios que podem ser brutais e fatais. Estamos produzindo uma enorme energia de materialismo, onde a subjetividade e a cultura está ficando em segundo plano e, ao que parece, existe uma aceleração do jogo de “vale-tudo” por um espaço entre os “escolhidos” do atual sistema de coisas.

As pessoas já não pensam duas vezes em agarrar uma “oportunidade” para ocupar um “espaço vip” nessa ordem onde tudo está sendo justificado pela exposição e por um desejo de sair do anonimato.

Os indivíduos, estimulados a se desconectarem de suas culturas, de seus vínculos e dos propósitos que possuíam na coletividade, estão andando atabalhoados, como se fossem “piorras loucas” e cegas, arremessadas em uma superfície qualquer para se debaterem enquanto  a força de ignição durar.

Parece ser urgente a criação de redes de apoio para que possamos, ao menos em nosso entorno, antever as possíveis crises que estão se desenhando. São crises de consciência, crises de ignorância, crises de identidade e crises de humanismo e tolerância que, se não podem ser evitadas por serem cíclicas e fazerem parte do movimento da história da humanidade, podem ser minoradas por aqueles que possuem um pouco de capacidade de previsibilidade ou, que seja, um instinto de sobrevivência.

Pensar em elevar ao máximo o nosso grau de entendimento local e nos fortalecer enquanto comunidade; mesmo que as possibilidades mais catastróficas não venham se realizar,  não nos trará prejuízo algum, pelo contrário, poderá  ajudar a reconstituir, se não conseguirmos toda, uma parte da esperança perdida.

Felipe José dos Santos – Advogado

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